Joguei a toalha
Há dias em que estamos mais
para secos do que para molhados. Confesso sentir-me assim faz algum tempo. As
más notícias, que leio e ouço todos os dias, causam-me tanto aborrecimento, que
acabaram secando a minha fonte de inspiração para transmitir, como gostaria,
algo de positivo
Se, como dizem, a inspiração
está em toda parte, creio que a minha fugiu de Curitiba. Escondeu-se em lugar
incerto, bem longe do Brasil. Parece não ter suportado a verdadeira avalanche
de maus acontecimentos, verdadeira tragédia promovida pelos nossos atuais
dirigentes. Escapuliu de tanta corrupção, misturada à incompetência e a
mentiras deslavadas. Livrou-se do desemprego e de uma velha e perigosa
conhecida: a temida inflação.
E lá se foi a minha
inspiração, envergonhada da crise moral que nos assola. Cansei de procurá-la e,
há quatro meses, tenho poupado os leitores deste meu blog de qualquer crônica
de minha lavra.
E olha que assunto é o que
não falta para quem, como eu, é metido a cronista. É só abrir o jornal e ele
está lá, quase pronto, escrito pelos nossos “representantes”. Basta lapidá-lo
um pouquinho, e transformamos a roubalheira generalizada em um belo texto,
agradável de ler, como bem merecem os nossos queridos leitores.
Mas lhe confesso: desisti,
“joguei a toalha”, pois até a inspiração me roubaram. Assim, você, caro leitor,
será poupado de mais uma crônica minha. Até quando? Sinceramente, não tenho
ideia. Nem sei se voltarei a escrever algo saboroso de ler e de apreciar, como
você merece.
Este artigo foi publicado em
Wednesday, 13/07/2016 e está arquivado dentro de Cultura,Nacional. Você pode passar para o fim e
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