terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Greta Thunberg - no meu blog

Greta Thunberg - no meu blog

hamilton bonat 30 de dezembro de 2019 18:17
Caras(os) amigas(os),
Sob o título "Poeira nos olhos dos outros", escrevi um texto onde critico a mimada adolescente sueca e a imprensa primeiro-mundista que a paparica.
Está no meu blog: www.bonat.com.br

Espero que gostem.
Feliz 2020. Bonat (Hamilton)

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Imagens históricas

NESTA QUADRA… UMA MENSAGEM QUE SE RENOVA

NESTA QUADRA… UMA MENSAGEM QUE SE RENOVA


A segurança é direito fundamental dos cidadãos.

A segurança abarca todos os domínios. E com particular relevância o do mercado de consumo.

Os brindes que costumeiramente figuram no bolo-rei obedecem, há um ror de anos, a regras específicas em homenagem a esse tão nobilitante valor. Nem sempre presentes, nem sempre respeitadas, depois da estupefacção e dos receios iniciais:

A promoção do comércio de géneros alimentícios, sobretudo dos pré-embalados, através da oferta de outros bens, tem sofrido nos últimos anos uma evolução significativa. Esta prática, com especial incidência nos géneros alimentícios destinados a crianças, tem obrigado a que alguns países adoptem medidas legislativas para impedir os acidentes que podem ocorrer quando os brindes incluídos não cumprem as adequadas regras de segurança. 

A análise da acidentalidade decorrente da mistura de brindes com os géneros alimentícios permite concluir que aqueles produtos, quando não devidamente embalados, podem representar riscos para a segurança dos consumidores no acto de manuseamento ou ingestão, de que são exemplos a asfixia, o envenenamento e a perfuração ou obstrução do aparelho digestivo.” 

O escopo do normativo vigente é, afinal, como elementarmente se impõe, o direito à saúde e segurança dos consumidores. 

Daí que se proíba a comercialização de géneros alimentícios com mistura directa de brindes. 

A mistura indirecta de brindes com géneros alimentícios, porém, obedecerá a um sem-número de requisitos.

Ei-los:

Os brindes misturados com géneros alimentícios devem

. Ser claramente distinguíveis dos géneros alimentícios pela sua cor, tamanho, consistência e apresentação; 
. Satisfazer os requisitos estabelecidos na legislação referente ao tipo de produtos que o brinde configure; 
. Ser concebidos e apresentados de molde a não causar riscos, no acto de manuseamento ou ingestão, à saúde ou segurança dos consumidores, nomeadamente asfixia, envenenamento, perfuração ou obstrução do aparelho digestivo.

A embalagem utilizada no acondicionamento dos brindes misturados com géneros alimentícios deve respeitar requisitos específicos.

No que toca, porém, à rotulagem, refira-se que o rótulo conterá, na vertente hipótese, informação dirigida ao consumidor, em língua portuguesa, em caracteres facilmente legíveis, visíveis e indeléveis, em evidência e redigida em termos correctos, com as características dos brindes ínsitos no interior.

A informação exigível não poderá ser apresentada ou descrita por palavras, imagens ou por outra forma susceptível de criar uma impressão errónea no consumidor. 

E deve conter ainda uma menção destacada, do teor seguinte:

Contém um brinde.
Recomendada a vigilância por adultos.

Que aqueles a quem cabe a confecção do tradicional bolo-rei pensem sobretudo no consumidor-rei e no mais elevado exponente de segurança que mister será proporcionar-lhe.

A segurança não se restringe, porém, ao bolo-rei ou às suas divertidas variantes (o bolo-rainha, o escangalhado, o trapalhão…).

Abarca as mais iguarias, numa verdadeira blindagem à (in)segurança alimentar que, por vezes, nos toca ao ferrolho. Não se ignore o que vem acontecendo um pouco por toda a parte no espaço geográfico da União Europeia em matéria de fraudes e de preocupante insegurança alimentar.

Como a degradação da qualidade de determinados produtos, que se apresentam com análoga composição um pouco por toda a parte, mas que são oferecidos, sem destrinça, ao mesmo preço, numa patente discriminação que as autoridades europeias tendem, agora, a combater veementemente.

A segurança alimentar abrange ainda os jogos, os brinquedos…

É que há brinquedos menos inocentes que as crianças!

Há brinquedos que matam! Nem se duvide de uma tal asserção!

“O diabo deu um tiro com a tranca de uma porta!

Daí os peculiares cuidados de que as escolhas se deverão rodear ante a especial vulnerabilidade das crianças para que se não avolume o rol de mais de 25 000 vítimas de brinquedos inseguros que constituem uma negra cifra na União Europeia.

Segurança ainda nas estradas que conduzem aos locais de reencontro familiar.

Segurança mediante uma condução defensiva, a velocidades moderadas, sem excessos nem precipitações.

Parafraseando o estafado, mas sempre presente lema: “Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto”!

Segurança reforçada para que o negro do asfalto se não tinja do vermelho rútilo do sangue dos inocentes.

Ou, como noutra campanha se significou,

NESTE NATAL… FAÇA PARTE DOS PRESENTES!

Para que as festividades de Natal e Ano Novo se preencham, ainda que em período de esbatimento na perpetuidade da crise que de há muito nos assola, da alegria que a segurança de cada um e todos empresta aos ambientes que os circundam, longe das aflições que os sinistros postulam e consigo carregam.

Que a segurança – neste como nos demais segmentos – se associe à Festa da Família e à consagração da Paz nos lares de cada um.

Votos singelos que brotam do coração e são tecidos dos laços de solidariedade que é imperioso ir laboriosamente – e com amor – construindo em todos os espaços.


NESTE NATAL… 
OFEREÇA SEGURANÇA!
SEJA INTÉRPRETE DE MUDANÇA!
PROCLAME COMO VECTOR PRIMACIAL
O DE UMA INSUPERÁVEL SEGURANÇA!


Mário FROTA
Presidente apDCDireito do Consumo

Director do CEDCCentro de Estudos de Direito do Consumo

Símbolo do art nouveau em Curitiba, Belvedere é reinaugurado

Símbolo do art nouveau em Curitiba, Belvedere é reinaugurado

20/12/2019
capa


Símbolo do art nouveau em Curitiba, o Palácio Belvedere, no São Francisco, foi reinaugurado na noite desta quinta-feira (19/12) com o espetáculo Celebração Belle Époque Brasileira, atração da programação Natal de Curitiba – Luz dos Pinhais 2019.
Após o restauro da edificação histórica, que custou cerca de R$ 1,29 milhão à Prefeitura de Curitiba, o Belvedere, localizado na Praça João Cândido, perto das Ruínas de São Francisco, foi transformado em um espaço cultural da cidade.
Agora, na cor amarela, o local abriga a nova sede da Academia Paranaense de Letras e um café-escola do Sesc-PR. O prédio, construído pelo prefeito Cândido de Abreu, em 1915, teve sua estrutura destruída após um incêndio de grandes proporções, na noite de 6 de dezembro de 2017.
Segundo o prefeito Rafael Greca, o vandalismo e a má utilização do Palácio Belvedere culminaram no estado lamentável em que se encontrava quando aconteceu o incêndio.
“Aqui está a afirmação da nossa memória e do nosso respeito por essa terra e pela nossa gente. Revoga-se o abandono e revoga-se o esquecimento”, disse Greca na reinauguração do espaço histórico.
Segundo o prefeito, as ruínas, o antigo cemitério, os canteiros cobertos por flores e a paisagem do Alto de São Francisco somam-se à vida singular que a Academia Paranaense de Letras dará ao local.
“Acrópole na cidade clássica é o lugar mais bonito. Todas as grandes cidades da antiguidade escolheram o lugar mais alto para guardar a sua alma, a sua memória e a sua identidade. A nossa acrópole ganha um observatório cultural”, afirmou o prefeito.
Mônica Machado Lima, presidente do Conselho Superior da Bienal de Curitiba e bisneta do prefeito Cândido de Abreu, falou em nome da instituição e da família ao homenagear o prefeito Rafael Greca.
“Nós não somos nada sem raízes e o prefeito trouxe pra nós as raízes da nossa história e da nossa cidade”, disse Mônica.
Já o presidente da Academia Paranaense de Letras, Ernani Buchmann, fez questão de lembrar a alegria de ter o Belvedere como sede da academia, pois o local é um patrimônio histórico e cultural da cidade.
Arquitetura e arte
O Palácio Belvedere é reconhecido pelos elementos arquitetônicos típicos do art nouveau, como os desenhos de suas portas e janelas, a composição das varandas, os elementos que adornam o telhado e emolduram os vãos de janelas e portas.
Um prédio que guarda a história curitibana e mantém a principal característica: a vista privilegiada da cidade. Assim como os belvederes franceses, cuja principal função era servir de mirante, o Belvedere curitibano, ainda hoje, permite a deslumbrante vista do Centro Histórico da cidade.
“Estas são as janelas mais lindas do mundo. Até porque é o único exemplar de art nouveau que revela a paisagem da nossa amada Curitiba”, disse Rafael Greca.
Noite de celebração
Uma festa de cores, luzes, ritmo e beleza marcou a reinauguração do Palácio Belvedere. A comemoração reuniu centenas de acadêmicos, autoridades e pessoas que foram assistir a Celebração Belle Époque Brasileira.
A encenação, que levou para o nostálgico prédio da Praça João Cândido músicas brasileiras do fim do século 19, teve como solista a atriz e cantora Rosana Stavis.
A artista interpreta canções de Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e Brasílio Itiberê (1846-1913). Caracterizada de Chiquinha Gonzaga, apresentou as obras Abre Alas, Lua Branca e Tico-tico no Fubá, de Chiquinha Gonzaga, e Valsa Acadêmica, de Brasílio Itiberê.
O musical foi acompanhado por um grupo de choro do Conservatório de MPB e regido pelo maestro Lucas Melo.
Presenças
Acompanharam a reinauguração a primeira-dama de Curitiba, Margarita Sansone; o vice-prefeito, Eduardo Pimentel; os senadores Flávio Arns e Oriovisto Guimarães; o vice-governador do Paraná, Darci Piana, o deputado federal, Ricardo Barros; o presidente da Associação Comercial do Paraná, Glaucio Geara; a presidente da Sociedade Garibaldi, Cida Borghetti; a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina Castro; a presidente do Instituto Municipal de Turismo, Tatiana Turra; os secretários municipais de Obras Públicas, Rodrigo Rodrigues; Esporte, Lazer e Juventude, Emilio Trautwein; e Meio Ambiente, Marilza Dias. Também prestigiaram o evento, os vereadores Maria Manfron e Sergio Balaguer.
Restauro minucioso
Meses antes do incêndio de dezembro de 2017, o prefeito Rafael Greca já havia anunciado que liberaria recursos para readequar o Belvedere e transformá-lo em um espaço cultural.
Em junho de 2017, o prefeito chegou a assinar um decreto que transferiu R$ 1,073 milhão, oriundos da venda de potencial construtivo, para este fim, mas o incêndio ocorreu antes que as obras de revitalização tivessem sido iniciadas.
A obra de restauro do Belvedere, que faz parte do Programa Rosto da Cidade, teve início em dezembro de 2018, com projeto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), e foi concluído em um ano. O investimento da Prefeitura de Curitiba foi de R$ 1,29 milhão, e a execução da obra feita pela equipe da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Na primeira etapa, foi feita a remoção do entulho, a limpeza da fuligem e a instalação do canteiro de obras. Também foram demolidas as partes de alvenaria.
Depois, começaram os restauros da alvenaria e da carpintaria interna, envolvendo o piso, vigas e esquadrias. Finalizado o telhado, foi feito o piso do pavimento superior e os demais serviços para a recomposição da estrutura do prédio, como a reconstrução e restauro das esquadrias.
De acordo com Reinaldo Pilotto, superintendente de Obras e Serviços da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a reconstrução e restauro das esquadrias foi uma das partes mais demoradas e complexas do restauro.
“Esta parte foi bastante demorada porque as esquadrias têm molduras e aplicações entalhadas em madeira que demandam um trabalho técnico especializado, e todas as que estavam no piso superior foram perdidas”, lembra Pilotto.  
Também foram feitas as instalações elétricas, instalado o forro e lixadas e pintadas as paredes. O prédio ganhou, ainda, um elevador externo, construído em estrutura metálica com fechamento em vidro, favorecendo a acessibilidade do local. Um deck de madeira, o jardim florido, a nova iluminação no entorno e a iluminação cênica das Ruínas de São Francisco realçam a beleza da praça.
Belvedere guarda achado arqueológico
Durante as obras de restauração, um achado arqueológico chamou a atenção de pesquisadores. Em setembro de 2019, a equipe encarregada da obra encontrou uma ossada humana enterrada no local.
“É possível que seja do capitão Manoel de Paula Guimarães, que em 1808 construiu o antigo cemitério da igrejinha de São Francisco de Paula e há muito dorme o sono da eternidade nesse Alto de São Francisco. Louvo, com respeito, os que foram grandes e foram nossos”, observou Rafael Greca, durante uma das vistorias que realizou a obra.
A equipe técnica do Museu Paranaense acompanhou a retirada da ossada, que agora faz parte do acervo arqueológico do museu.
Patrimônio
O Palácio Belvedere é uma Unidade de Interesse de Preservação desde 2016. Construído pelo prefeito Cândido de Abreu, entre 1912 e 1915, para facilitar a observação da Serra do Mar, já abrigou diversas atividades ao longo do século.
Em 1922, a primeira emissora de rádio do Estado, a PRB-2. Em 1931, foi transformado em observatório astronômico e meteorológico e, em 1962, serviu de sede para a União Cívica Feminina. 

"A despedida de Rachel"

Aos colegas da ALJA


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hamilton bonat

07:41 (há 4 horas)
para
Sob o título "A despedida de Rachel", presto homenagem a Rachel de Queiroz e a todos os colegas da ALJA.
Está no meu blog; www.bonat.com.br

Espero que gostem.
Forte abraço.
Um feliz Natal a todos.Bonat (Hamilton)

Reinauguração do Belvedere filme 8

Reinauguração do Belvedere filme 7

Reinauguração do Belvedere filme 6

Reinauguração do Belvedere filme 5 - só filmes

Reinauguração do Belvedere filme 4

Reinauguração do Belvere filme 3

Reinauguração do Belvere filme 2

Reinauguaração do Belvere filme 1

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

SESSÃO SOLENE DE ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES SOCIOCULTURAIS DE 2019 DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARANÁ

A Academia de Letras José de Alencar de Curitiba (ALJA) esteve presente na sessão solene de encerramento das atividades socioculturais do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná (IHGPR) anteontem, dia 17/12/19 em sua sede própria situada à Rua José Loureiro nº 43. Os trabalhos foram iniciados pelo General José Chuquer Rodrigues, Diretor Cultural e Mestre de Cerimônias. Tal cerimônia foi realizada para formalizar a posse da Diretoria e do Conselho Fiscal eleitos para o novo biênio assim como proceder a recepção de novos associados. A sessão foi aberta pelo Presidente do IHGPR, o Desembargador Paulo Roberto Hapner que agradeceu a presença de todos. A mesa das autoridades foi composta pelo Dr. Paulo Roberto Hapner, pela Presidente da Academia de Letras José de Alencar, Dra. Anita Zippin, Dr. Ozeil Moura dos Santos, Cônsul-geral honorário do Senegal para os estados do Paraná e Santa Catarina, Dr. Mário Pereira, Primeiro Vice-Presidente do IHGPR e a Professora Dra. Lilian Costa Castex representando a Secretaria Municipal de Educação de Curitiba. Entre os presentes, destacamos a Geógrafa e Diretora de Projetos do IHGPR, Sra. Janaína de Fátima Chudzik. Quatro novos associados foram empossados, assumindo o compromisso de contribuir para o estudo e a pesquisa, a preservação e a difusão da história e da geografia do estado do Paraná, entre eles Andrea Lacerda,  filha do Professor Elizeu Lacerda,   o Vice-Reitor da Uninter, Professor Dr. Jorge Bernardi e do Jornalista José Júlio de Azevedo. O discurso do Jornalista Rafael de Lara Sobrinho foi muito aplaudido, assim como a apresentação de peças musicais de um núcleo da Associação Brasil Soka Gakkai Internacional. Membros da ALJA presentes na sessão solene: Geraldo FuchsRenan dos Santos Souza, João Carlos Bonat e Vera Lúcia Rauta, assim como autoridades do meio político, educacional, social e cultural da sociedade paranaense entre eles o Dr. Ernani Buchmann, Presidente da Academia  Paranaense de Letras e o ex-Deputado Federal, Dr. Amadeu Geara. Parabenizamos o IHGPR pela bela cerimônia e desejamos sucesso para o próximo biênio!

Vera Lucia Rauta e Anita Zippin

Anita Zippin e Ernani Buchamann

Ernani Buchamann, Vera Rauta e Paulo Roberto Hapner

Mesa de autoridades


Jornalista Rafael de Lara Sobrinho

Geraldo Fuchs e Anita Zippin



Desembargador Paulo Roberto Hapner, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná

Anita Zippin, Geraldo Fuchs e João Carlos Bonat

Vera Rauta, João Carlos Bonat e Renan dos Santos Souza

Anita Zippin, Amadeu Geara e Vera Rauta

Ernani Buchmann, Anita Zippin e Paulo Roberto Hapner

Jorge Bernardi, Anita Zippin e Vera Rauta

Mario Pereira, Anita Zippin e Vera Rauta

Novos associados do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Convite para Sessão Solene

DISCURSO DE POSSE – RUBENS FARIA GONÇALVES


DISCURSO DE POSSE – RUBENS FARIA GONÇALVES
Boa noite senhoras e senhores! Quando meus amigos e colegas acadêmicos Anita Zippin e Francisco Souto Neto cobriram meu torso com esta toga de cordão dourado, a mim foi conferida a honra de tornar-me o atual ocupante da cadeira n° 2 desta prestigiada Academia de Letras José de Alencar, cadeira esta anteriormente ocupada por Leopoldo Scherner, ilustre bacharel em Direito, poeta, prosador e, acima de tudo, saudoso professor nascido em São José dos Pinhais em 1919 e falecido em janeiro de 2011, uma vida dedicada aos livros e ao ensino do idioma português. Para mim, é uma grande honra tornar-me, hoje, seu sucessor na cadeira cujo patrono é o nosso poeta rebelde Cruz e Sousa, o introdutor do simbolismo no Brasil.
Cruz e Sousa nasceu em Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, no dia 24 de novembro de 1861, no porão de um solar patriarcal provinciano típico do Segundo Império, filho de Carolina e Guilherme da Cruz, negros alforriados. Dos pais, o pequeno João herdou a cor da pele e a Cruz do nome. Ficou sendo João da Cruz. O Sousa viria depois.
Desde cedo nosso Joãozinho da Cruz contou com a simpatia e a proteção do seu senhor branco, o marechal Guilherme Xavier de Sousa, que lhe garantiu uma educação de acordo com o padrão senhorial da época. Anos mais tarde, num gesto de reconhecimento e gratidão, o poeta acrescentaria ao seu nome o Sousa do nome do seu benfeitor, passando a assinar João da Cruz e Sousa, ou simplesmente Cruz e Sousa. Até seus 14 anos, estudou no Ateneu Provincial Catarinense, recebendo uma formação humanística, com aulas de latim, grego, literatura francesa e inglesa, além de matemática e ciências naturais. Sua notável inteligência, a vivacidade intelectual, os pendores para poética e declamatória, associados ao ótimo desempenho escolar, trouxeram-lhe os primeiros elogios ― elogios estes que não eram suficientes para apagar o estigma da raça.
Para manter-se, além de trabalhar como caixeiro, o jovem Cruz e Sousa ministrava aulas particulares para filhos de famílias abastadas, o que ampliou suas relações sociais e lhe trouxe novas amizades, mas, em contrapartida, ficou mais exposto às reações preconceituosas da sociedade provinciana, o que, de certo modo, em 1881, levou-o a aceitar o convite para viajar com a Companhia Dramática Julieta dos Santos, atuando como ponto. (“Ponto” é o nome que se dava ao auxiliar de teatro que, oculto do público, recordava aos atores as falas dos personagens.) Empregado pela mencionada companhia teatral, Cruz e Sousa pôde sair do ambiente acanhado em que vivia e conhecer outras regiões do Império, participando de campanhas abolicionistas e divulgando seus poemas.
Em 1890 estabeleceu-se no Rio de Janeiro, onde se aproximou do então chamado Grupo dos Novos, exercendo forte liderança e dando contornos brasileiros a uma nova poética inspirada em propostas do simbolismo europeu. Em fevereiro de 1893, Magalhães & Cia Editores lançou os livros “Missal”, de prosa poética, e “Broquéis”, os dois únicos livros “solo” que Cruz e Sousa publicou em vida. Obras inovadoras, precursoras do simbolismo no Brasil, provocaram fortes críticas por parte daqueles que, como padrão literário, exigiam fidelidade realística e nacionalismo, em oposição à representação subjetiva da realidade e a uma linguagem que a classe intelectual dominante tolamente tachava de incompreensível.
Ainda em 1893, Cruz e Sousa casou-se com Gavinda Gonçalves, negra. Do casamento, nasceram quatro filhos, todos mortos prematuramente por tuberculose, e a própria Gavinda começou a sofrer sérios distúrbios mentais. Por fim, em 1898, em Curral Novo, Minas Gerais, Cruz e Sousa faleceu também de tuberculose. Seu corpo foi sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, Rio de Janeiro. Em 2007 teve seus restos mortais transferidos para o Palácio Cruz e Sousa, antigo Palácio do Governo em Florianópolis.
Morto aos 38 anos, continua vivo nos seus versos, nos quais persistem a musicalidade, o sensualismo, o espiritualismo, a exteriorização dos mais íntimos sentimentos e a dor dissolvida em líricas imagens devotadas à Arte Pura, quando a expressão simbólica da emoção torna-se o principal instrumento do fazer literário. Em Lages, foi criado o Clube Cruz e Sousa para preservar a memória do poeta e promover a cultura negra. Em 1998 o cineasta Sílvio Back lançou um filme denominado “Cruz e Sousa – o Poeta do Desterro”. Na Academia Catarinense de Letras, Cruz e Sousa é o patrono da Cadeira 15. E aqui, em nossa prestigiada Academia de Letras José de Alencar, ele é o patrono da cadeira 2, a qual eu tenho o imenso orgulho de ocupar a partir de hoje.
Para fechar minha fala, é da pena de Cruz e Sousa, em seu notável poema “Arte”, que retiro os versos que leio a seguir:
Enche de estranhas vibrações sonoras
a tua Estrofe, majestosamente...
              Põe nela todo o incêndio das auroras
              para torná-la emocional e ardente.

              Derrama luz e cânticos e poemas
              no verso e torna-o musical e doce
              como se o coração, nessas supremas
              Estrofes, puro e diluído fosse.

Muito obrigado!

Com muita honra para nós

sábado, 30 de novembro de 2019

RUBENS ASSUME CADEIRA PATRONÍMICA NA ACADEMIA "ALJA"


Rubens Faria Gonçalves, que já era membro efetivo da Academia de Letras José de Alencar (ALJA), foi elevado a membro titular (ou membro patronímico) em 27.11.2019, passando a ocupar a cadeira nº 2 da Academia, cujo patrono é o poeta Cruz e Sousa. A cerimônia foi no Palácio da Justiça do Paraná.
RUBENS ASSUME CADEIRA PATRONÍMICA NA ACADEMIA "ALJA"


GRATIDÃO OS HEROIS DA PANDEMIA