
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS
Aprender LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais[ (1) , (2) ,
(3) ,
(4) ,
(5) ,
(6) ]
é divertido, saudável e um desafio em nossa capacidade de integração e
urbanidade. Não precisamos de estatutos, leis, subsídios, etc.; é muito mais a nossa
vontade que criará essa capacidade de comunicação que nos engrandecerá e criará
em nós um potencial de respeito ao próximo.
Capacidade de Comunicação é um limiar de evolução da
Humanidade que pode ser classificado e qualificado em diversos níveis. O
relacionamento dos seres humanos e mais tarde diversos sistemas de registro de
conhecimentos foram patamares de crescimento que agora têm inúmeras
tecnologias, padrões e recursos, fazendo da Terra um planeta pequeno e fértil
em todos os sentidos.
Conhecer línguas nacionais (existem centenas, se lembrarmos
o que ainda existe entre nações pré-colombianas) e estrangeiras é condição de
integração e desenvolvimento.
Os seres humanos têm diversos sentidos e o cérebro que podem
ser formados e trabalhados para inúmeras atividades. Contingentes de pessoas
podem ter restrições motoras, sensoriais, intelectuais e uma enorme combinação
e graduação desses recursos naturais. Todos, entretanto, merecem respeito e
relacionamento produtivo, educativo, lazer, esportivo etc.
A pessoa com deficiência auditiva e as surdas de nascimento
ou adquirido vivem o pesadelo de conviver com gente normalmente incapaz de
compreender suas dificuldades de comunicação. Existe uma grande variedade de
situações que aqueles que adquirem a surdez de alguma forma devem saber
descrever. Os constrangimentos vão da estupidez do berro após uma frase malfeita
e inaudível a dificuldades até de participar de reuniões entre amigos.
Vimos nos preparativos para a Copa do Mundo no Brasil o
empenho de promotores desse infausto acontecimento em criar cursos, cartilhas
etc. para receber turistas. E o nosso povo?
Podemos falar de crimes e castigos, o que importa, contudo,
é criar motivações, recursos, cultura de atenção para a PcD, nesse caso aquela
com dificuldades sensoriais (6) .
Para começar é importante lembrar a qualquer cidadão que o
aprendizado pode ser feito com inúmeras motivações, o que significa a escolha
de forma e objetivos, mas o mínimo que se aprenda já será importante.
Para a surdez temos livros [exemplo (7) ],
portais e cursos até gratuitos de LIBRAS. Línguas com sinais são importantes[i],
especialmente para as pessoas surdas. No mundo inteiro mais desenvolvido
existem versões dessa forma de comunicação que no Brasil é denominada LIBRAS –
Língua Brasileira de Sinais.
O universo de oportunidades teria como ser ampliado se
governantes, executivos, entidades de classe, clubes de serviço, associações
etc. criassem cursos, cartilhas, portai, blogs, filmes, mídia com o essencial a
ser escolhido de acordo com o público interessado.
Note-se que a gesticulação típica da LIBRAS é em muitos
casos intuitiva, valendo para qualquer país e nação. O que merece, contudo, ser
aprendido é o que é um sinal padrão ou invenção oportuna.
Saber distinguir situações típicas de PcD, pessoas idosas,
adoentadas, carentes de cuidados especiais é essencial à construção de cidades,
ambientes e até eletrodomésticos com recursos de segurança e acessibilidade.
Aprendendo LIBRAS entraremos num universo fundamental à
educação, algo que deveria começar na creche e não terminar nunca.
Precisamos aprender, não há limite de idade, sexo, condição
física ou financeira, sempre haverá uma forma acessível a quem realmente
quiser. Talvez o padrão mais simplificado
seja a utilização de sinais[ii]
para letras e números, o que reduz substancialmente a necessidade de memorizar
centenas a milhares de sinais.
O aspecto positivo da expressão através de sinais é que ela
tem bases[iii]
genéricas e universais, obviamente por efeito de suas origens.
Nós que vivemos a experiência de relacionamento com
lideranças e pessoas com deficiência(s) acompanhamos etapas de debates e
posicionamentos até radicais entre o oralismo, bilinguismo e comunicação
universal. Para complicar tudo após a legalização da LIBRAS apareceram os
defensores do regionalismo, dos “sotaques” e assim a mídia comercial continua
protelando a adoção de padrões de comunicação. Até a Presidência da República
“esqueceu” a utilização de intérpretes em LIBRAS, terá sido ordem da FIFA?
Felizmente existem pessoas dedicadas e que continuam
trabalhando a favor das pessoas com deficiência(s) de forma desprendida, sem
vedetismos e procurando ampliar conceitos, conhecimentos, serviços realmente
sociais sem a preocupação de simplesmente conquistar cargos, votos e salários
pessoais.
O futuro de nosso povo depende de nossa capacidade de amor e
respeito ao próximo. Precisamos de cidades acessíveis, ambientes inclusivos,
desenho universal, cultura e integração. Nossa esperança é a de que
gradativamente as lideranças brasileiras tenham a acessibilidade e a inclusão
como prioridade em suas atividades.
Cascaes
13.7.2015
1. Língua brasileira de sinais. Wikipédia. [Online]
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_brasileira_de_sinais.
2. Cascaes, João
Carlos. A Pessoa com Deficiência Auditiva Blog dedicado aos deficientes
auditivos de diversas formas. [Online] http://surdosegentequeluta.blogspot.com.br/.
3. —. Educação e
os estudantes com deficiência. [Online]
http://escolas-convencionais-e-especiais.blogspot.com.br/.
4. —. Comissão de
Acessibilidade do Lions Clube Batel. [Online]
http://comissao-de-acessibilidade.blogspot.com.br/.
5. —. Direitos
das Pessoas com Deficiência. [Online]
http://direitodaspessoasdeficientes.blogspot.com.br/.
6. —. Pessoas com
Deficiência Sensorial - o desafio da Acessibilidade e Inclusão . [Online]
http://pessoa-com-deficiencia-sensorial.blogspot.com.br/.
7. —. Livro
Ilustrado de Língua Brasileira de Sinais. Mirante da Educação . [Online]
13 de 7 de 2015.
http://mirante-da-educacao.blogspot.com.br/2015/07/livro-ilustrado-de-lingua-brasileira-de.html.
[i] Wikipédia
- As línguas de sinais no Mundo
Assim como entre os idiomas falados, é grande a
variedade de línguas de sinais ao redor do mundo.
Muitos linguistas se
dedicaram a estudar diferentes línguas gestuais, concluindo que estas
apresentavam diferenças consideráveis entre si. Deve-se levar em conta que
diferenças culturais são determinantes nos modos de representação do mundo.
Assim, os surdos sentem as mesmas dificuldades que os ouvintes quando necessitam
comunicar com outros que utilizam uma língua diferente.1
Cada país tem a sua própria língua gestual. Tomando
como exemplo alguns países lusófonos, vemos que utilizam diferentes línguas de
sinais: no Brasil existe
a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS),
em Portugal existe
a Língua Gestual Portuguesa (LGP), em
Angola existe a Língua Angolana de Sinais (LAS), em
Moçambique existe a Língua Moçambicana de
Sinais (LMS).
Além disso, da mesma forma que acontece nas línguas faladas
oralmente, existem variações linguísticas dentro da própria língua de sinais,
isto é, regionalismos e/ou sotaques. Essas
variações se devem a ligeiras diferenças culturais e influências diversas no
sistema de ensino do
país, por exemplo. Há, inclusive, uma língua de sinais pretensamente universal,
análoga ao Esperanto, conhecida como Gestuno, que é
usada em convenções e competições internacionais.
Não se sabe quando as línguas de sinais se iniciaram,
mas sua origem remonta possivelmente à mesma época ou a épocas anteriores
àquelas em que foram sendo desenvolvidas as línguas orais. Uma pista
interessante para esta possibilidade das línguas de sinais terem se
desenvolvido primeiro que as línguas orais é o fato que o bebê humano
desenvolve a coordenação motora dos membros antes de se tornar capaz de
coordenar o aparelho fonoarticulatório. As línguas de sinais são criações
espontâneas do ser humano e se aprimoram exatamente da mesma forma que as
línguas orais. Nenhuma língua é superior ou inferior a outra, cada língua se
desenvolve e expande na medida da necessidade de seus usuários.
Também é comum aos ouvintes pressupor que as línguas de
sinais sejam versões sinalizadas das línguas orais; por exemplo, muitos
acreditam que a LIBRAS é a versão sinalizada do português; que a Língua
Americana de Sinais é a versão sinalizada do inglês; que
a Língua Japonesa de Sinais é a versão sinalizada do japonês; e
assim por diante. No entanto, embora haja semelhanças ou aspectos comum entre
as línguas de sinais, devido a um certo contágio linguístico, as línguas de
sinais são autónomas, não derivando das orais e possuindo peculiaridades que as
distinguem umas das outras e das línguas orais.
A língua de sinais é tão natural e tão complexa quanto
as línguas orais, dispondo de recursos expressivos suficientes para permitir
aos seus usuários expressar-se sobre qualquer assunto, em qualquer situação,
domínio do conhecimento e esfera de atividade. Mais importante, ainda: é uma
língua adaptada à capacidade de expressão dos surdos.
[ii]
Fonte Wikipédia - Alfabeto dactilológico
A difusão do alfabeto dactilológico de
uma só mão entre os ouvintes gerou a pressuposição de que esse alfabeto é a
própria língua de sinais, que há uma única língua de sinais e que
essa língua é universal. No entanto, o alfabeto dactilológico é apenas
um suplemento das línguas de sinais, cuja função é a soletração de palavras
das línguas
orais, tais como, nomes próprios, siglas, empréstimos, etc.
De acordo om o Instituto Nacional de Educação
de Surdos (INES), o alfabeto dactilológico usado atualmente no
Brasil é um conjunto de 27 formatos, ou configurações diferentes de uma das
mãos, cada configuração correspondendo a uma letra do alfabeto do português escrito, incluindo o “Ç”.
É muito aconselhável soletrar devagar, formando as
palavras com nitidez. Entre as palavras soletradas, é melhor fazer uma pausa
curta ou mover a mão direita para o lado esquerdo, como se estivesse empurrando
a palavra já soletrada para o lado. Normalmente o alfabeto manual é
utilizado para soletrar os nomes de pessoas, de lugares, de rótulos,
etc., e para os vocábulos não existentes na língua de sinais.
Os sinais de pontuação,
tais como, vírgulas, ponto
final e de interrogação,
às vezes, são desenhados no ar. Preposições e
outras classes de palavras de que a língua não dispõe são inseridas na
sinalização por meio da dactilologia, ou do alfabeto manual.
Línguas de sinais e línguas orais
[iii]
Wikipédia - Aspectos comuns
·
Arbitrariedade: As línguas orais são
maioritariamente arbitrárias, não se depreende a palavra simplesmente pelo sua
representatividade, mas é necessário conhecer o seu significado. A iconicidade
encontra-se presente nas línguas de sinais, mais do que nas orais, mas a sua
arbitrariedade continua a ser dominante. Embora, nas línguas de sinais, alguns
gestos sejam totalmente icónicos, é impossível, como nas línguas orais,
depreender o significado da grande maioria dos sinais, apenas pela sua
representação.
·
Comunidade: As línguas orais têm uma
comunidade que as adquirem, como língua materna, cujo desenvolvimento se faz
através de uma comunidade de origem, passando pela família, a escola e as
associações. Todas as línguas orais têm variações linguísticas. Todas as
línguas gestuais possuem estas mesmas características.
·
Sistema linguístico: As línguas orais são
sistemas regidos por regras. O mesmo acontece com as línguas de sinais,
conforme referenciado por Stokoe (1960).
·
Produtividade: As línguas orais possuem a
características da produtividade e da recursividade, sendo possível aos seus
falantes nativos produzirem e compreenderem um número infinito de enunciados,
mesmo que estes nunca tenham sido produzidos antes. Acontece o mesmo com as
línguas de sinais, sendo encontradas a criatividade e produtividade nas
produções, por exemplo, da LGP, pelos seus gestuantes nativos, parecendo não
haver limite criativo.
·
Aspectos contrastivos: As línguas orais
possuem aspectos contrastivos, isto é, as unidades fonológicas do sistema de
determinada língua estabelecem-se por oposições contrastivas, ou seja, em pares
de palavras, em que a substituição de uma unidade fonológica (um fonema) por
outra altera o significado da palavra (por exemplo: parra e barra). Acontece o
mesmo nas línguas de sinais, sendo que em vez de unidade fonológica, muda um
pequeno aspecto do gesto (por exemplo, na LGP: método e
liberdade).
·
Evolução e renovação: As línguas orais
modificam-se, como no caso das palavras que caem em desuso, outras que são
adquiridas, a fim de aumentar o vocabulário e ainda no caso da mudança de
significado das palavras. O mesmo acontece nas línguas de sinais, a fim de
responder às necessidades que a evolução socio-cultural impõe (por exemplo, na
LGP, os seis gestos de "comboio", ou os gestos de "filme").
·
Aquisição:A aquisição de qualquer língua
oral é natural, desde que haja um ambiente propício desde nascença. Na língua
gestual acontece de igual forma, não tendo o indivíduo surdo que exercer
esforço para aprender uma língua de sinais, ou necessidade de qualquer
preparação especial.
·
Funções da linguagem: As línguas orais
podem ser analisadas de acordo com as suas funções. O mesmo acontece com as línguas de
sinais. As funções são: a função referencial,a emotiva, a conotativa, a fática,
a metalinguística, e a poética.
·
Processamento: Embora usando modalidades
de produção e percepção, as línguas orais e de sinais são processadas na
mesma área
cerebral.
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