quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Via crucis

Via crucis

Via dolorosa
Via de dúvidas, está mesmo acontecendo?
Como crianças voltamos à dependência total e à inocência de quem não pode sobreviver ou se defender sozinhos.
Estamos nas mãos de estranhos que se tornam íntimos, que parecem não ter vida fora dali...
Um lugar de leitos, máquinas, pacientes, que convivem em meio ao frenesi de providências e incertezas...
Lugar de trabalho para alguns, porto de esperança para outros.

Definitivamente, seu lugar não é ali pai, como ninguém vê? Você não combina aí! Você que é feito de poesia, que não é nada apático, que se comunica tão bem com todos! Está nocauteado no meio do salão de estranhos. Você não é o 'Seu José'… É O Wanderlei, o Wander, o meu pai, “papi”.

Fica a impressão de que o mundo saiu da realidade e houve um grande engano, um erro na história, da sua vida, da minha vida. Trocaram ...  com certeza ... alguém se equivocou!

O câncer de novo, o raio repartindo outra vez nossos mesmos corações, quebrando novamente nossas forças, duramente golpeadas.

Quem é que pega o pai dos outros e coloca doente, sem qualquer explicação? Claro que não estou falando de meras suposições científicas e que apesar delas, o que se vê é muita dor na alma, e muitos semelhantes em igual sofrimento.

Quantos são eu não sei, mas se multiplicam à minha volta, nas minhas conversas, nas minhas orações por tantos, e entre tantas pessoas queridas ... de alguém.
Pessoas que estavam ali vivendo e que foram surpreendidas pela interrupção de suas vidas.

Tantas coisas se formam e se criam em torno disso, um mundo inteiro de prédios, máquinas, cursos, empregos, remédios ... e coragem! Sim, surge um mundo especializado, que gravita e também depende de todo aquele tumor inesperado, indesejado, inescrutável, que permanece inexorável, quando invade a vida alheia.

Nasce um sistema para combater a injustiça natural.

Via crucis ...  vivemos novas vidas, pedintes, separados por poucos metros, cortinas, biombos, roupas que não são nossas ...
Visitamos, em horários que não nos pertencem, alguém que nos deu a vida e seus momentos mais iluminados, sempre, a qualquer momento, quando precisávamos.

Falta compreensão de que são nossos, apesar das explicações razoáveis, porque falta ser real para nós, os que aqui, do lado de fora, ficam esperando as regras de cada lugar, depois da porta fechada.

Via crucis, via de dividirmos a cruz, de humildade, de comiseração andando junto com a pequena multidão daqueles que foram exilados da alegria, da alegria inocente que pairava num tempo em que não sabíamos o que era medo. Saudosos de um tempo em que não pensávamos ... apenas tínhamos planos e afazeres, que pareciam ser a vida, a simples vida.

Via crucis ... quem passa, que chega, quem fica, quem encontra a saída?


Cibele C.F. Resende - 17/10/2015

Catita

Catita
Cardosofilho
Ela fazia bonecas de pano para vender. Começou por necessidade, tomou gosto e cuidou de aprimorar o trabalho. Queria que fossem lindas, que enfeitassem quartos de meninas e mocinhas, que produzissem o encantamento que sentia ao criá-las. Não seriam apenas bonecas de pano feitas na pressa de vendê-las, destinadas a repousar num canto esquecido de uma casa ou em um baú, antes do despejo definitivo junto com velhas tralhas. Fazia-as com demorado esmero e lhes dava nomes: Alice, Bibi, Mel, Luiza, Laura etc., e, enquanto as costurava, escolhia tecidos e imaginava modelos para vesti-las, e os vestidos precisavam ser diferentes e bonitos, cada boneca seria única, como obra de arte, que não deixava de ser. Nesse fazer delicado e envolvente, adquiriu o hábito de falar com as bonecas. Parecia-lhe que isso lhes dava um pouco de vida, criava entre criadora e criaturas um vínculo de afeto, um elo de amor, como fosse uma mãe conversando com as filhas, e sofria ao pensar que, um dia, a qualquer momento, as veria partir com uma compradora. Cuidariam delas com o mesmo amor com que as havia feito? Mas precisava vendê-las. Constituíam seu ganha-pão, e então pedia a cada compradora que cuidasse com carinho de sua boneca de pano.
          Aconteceu com a primeira das bonecas feitas algo interessante. Era a Catita. A artesã, ao terminá-la, detestou o resultado. Olhou-a e deplorou: “Você está horrível!”, sentenciou, “parece uma bruxa!”. O primeiro impulso foi desfazê-la, mas controlou-se e limitou-se a abandoná-la num canto do ateliê. Seguiu em seu lavor e outras bonecas vieram, enquanto Catita repousava desconjuntada, ora aqui, ora ali, conforme os panos e retalhos mudavam de lugar. Se ocorria de a artesã lhe pôr os olhos, repetia com algum desprezo – “Feia!”.  Contudo, por motivo sem explicação, não lhe dava fim, e Catita continuou sua sina de boneca feia, jogada de um canto para outro no pequeno ateliê.
Certo dia, porém, insinuou-se no espírito da artesã algo como remorso. Uma voz interna parecia lhe dizer que, sim, fora cruel com sua primeira boneca de pano e a maltratara com o desprezo. O sentimento foi crescendo, incomodando, e, por fim, levou-a a resgatar Catita de seu abandono. Apanhou-a com o carinho do arrependimento e disse-lhe que não merecia o que lhe fizera, desprezá-la por sua feiura, que a faria linda e lhe daria o merecido lugar entre as outras bonecas de pano. Dado instigante foi observar que os olhos da boneca se haviam manchado. Algo havia borrado a tinta com que haviam sido desenhados. Afirmou-lhe, por fim, que ela, Catita, não sofreria mais e seria feliz. Meticulosamente pôs-se a refazê-la, e suas mãos trabalhavam com o carinho penitencial da mãe que acolhia a filha que renegara por falta de beleza. Mesmo que não ficasse bonita como as outras, não faria diferença. Seria a mais querida e por nenhum valor e nenhuma precisão se desfaria dela. Pronta a boneca em seu vistoso vestido, refeitos os olhos manchados, a artesã a abraçou com ternura. Tornara-se para sempre a boneca de pano de seu coração.
Muito anos depois, a artesã faleceu, e entre seus guardados descobriram Catita, e seus olhos se haviam borrado outra vez.


Setembro de 2016.   

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Entusiasmo!

Celso Portugal



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  Caro amigo entusiasta:

 Eis uma homenagem sobre a palavra entusiasmo, originada do grego En-Theos, estar com Deus.

                         T udo engloba o  universo
                         H á sem dúvida a imaginação
                         E xistir é logo o que penso
                         O sol iluminando a meditação 
                         S úbito encontro é imenso!..


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Wiki Aves - A Enciclopédia das Aves do Brasil


Regina Angelo

20:49 (Há 3 horas)
para mim
Oi, Cascaes.
segue o endereço do  site:

http://www.wikiaves.com.br/

Compartilhe e encontre informações, fotos e sons das aves do Brasil

Você se cadastra no site e terá acesso ao conteúdo.

Espero que acerte,
abraços, Regina

Camaléo

Isso é alegria

VALEU!

Que fome, SOM E QUADROS





E O SOM?

Lanche de encerramento e muita alegria

Acadêmico Francisco Souto Neto

Money

Nossa Inspiração e informações gerais

Agenda especial

Livros e livro




https://www.facebook.com/aroldomuraghaygert/

Paralelo Pendular - Luciana Silveira por Tânia Rosa Ferreira





A ALJA crescendo

Detalhes das eleições - Chapa Inspiração - livro em produção


Eleições de diretoria da ALJA e ajustes de Estatuto



INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE NA ESCOLA - EXEMPLOS DE VIDA

Notícias, planejamento, atividades da ALJA






http://paraolimpiadas-brasil.blogspot.com.br/

Palavras iniciais e leitura de ata - reunião da ALJA em 21 de setembro de 2016

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O Amor pelas aves



O  Amor pelas aves

O Início.
Ivan Angelo, natural da cidade de Itajubá, engenheiro eletricista pela Escola de Engenharia - atual Universidade Federal de Itajubá- a par de seu  exaustivo trabalho, na área de manutenção de equipamentos elétricos, envolveu-se a partir da década de 1990 com a Filatelia temática. Dedicou-se por muitos anos na construção do que nomeou " O Continente das Aves".
Sua coleção de selos mostra aves nativas da América do Sul e de outros países que surgem ocasionalmente, fugindo do frio. Sua coleção crescia e ganhava corpo e importância no meio filatélico. Ganhou muitas medalhas, desde bronze, prata e ouro. Muitas dessas exposições foram nacionais; outras binacionais ( Lubrapex ) Portugal e Brasil. Participou também de uma exposição da Federação Internacional de Filatelia, no Rio de Janeiro, quando recebeu a medalha mais importante desta categoria,  medalha Vermeille Grande.
Nesta altura, já tinha conseguido tudo o que poderia com sua coleção de aves, em selos isolados, blocos, catões e envelopes. A partir de 2005, tendo adquirido potentes máquinas fotográficas, completava as imagens das estampas dos selos, indo atrás das aves que tanto o tinham seduzido.

Fez inúmeras viagens no interior das matas da Serra da Mantiqueira e Serra do Mar. Tem visitado reservas ambientais, nos Estados do Rio, de São Paulo, de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso ( Pantanal) Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Viaja sempre acompanhado de um guia que conhece o habitat das aves e exercem a paciência para aguardar o momento exato em que farão aquela tão esperada foto. Sempre acordam madrugada ainda e seguem uma rotina de terem uma pausa para almoço ou lanche e retornam para o interior de matas à tarde. Algumas vezes saem à para realizarem as  "corujadas". 

Catalogou mais de cem espécies no interior do clube " Círculo  Militar de Campinas" onde realizou algumas mostras individuais e coletivas. Conta em seu acervo pessoal mais de seiscentas espécies.
Costuma postar fotos de aves em um site especial " wikiaves. com.br".
Envolve-se apaixonadamente nesse " ócio criativo" escolhendo nas centenas de fotos as mais bem feitas e imprimindo-as cuidadosamente em papel fotográfico.
Assim, passa seu tempo lendo sobre aves, organizando suas fotos, viajando a fotografar e a encontros onde participa de palestras e feiras de livros sobre aves.

É bom que o aposentado se ocupe de tarefas agradáveis e que o levem a refletir, encontrando nisso parte do sentido de sua vida.   





GRATIDÃO OS HEROIS DA PANDEMIA