quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Natal de Vison

NATAL DE VISON

Anita Zippin



Foi há mais de 60 anos.
Sim, em Curitiba, no bairro Seminário, quando este era formado por chácaras, árvores e quando chovia, lama, muita lama.
Lili estava a dar os últimos retoques na árvore de natal, daquelas simples mas gostosas, cheias de algodão; algumas velas pequenas presas em pequenos grampos de metal seriam acesas logo mais, na Ceia de Natal.
José, o filho mais velho, não agüentou e a mãe o colocou na cama para dormir. De roupa e tudo, porque o menino poderia acordar em tempo de abrir seu carrinho embrulhado para presente, ao pé daquela enorme árvore na sala.Sim, bem ali, ao lado da lareira.
Fazia frio e lá fora chuva, trazendo para a varanda muita lama, o que redobrou o trabalho doméstico.
O jantar estava no forno, um peru feito com carinho por ela.
A mesa estava impecável com toalhas bordadas, ainda de seu pequeno enxoval. No meio, rosas do jardim, colhidas antes de cair o último temporal.
Um toque especial,dois enormes candelabros ganhos depois do casamento. Não pensem que era novo, de loja. Estava jogado num galpão ao lado da enorme chácara e Lili gostou. O vizinho mandou como presente de bodas.
Chegou sujo, triste , sem brilho.
Ela o pintou de dourado para combinar com o friso dos pratos que iria usar naquela data especial, primeiro jantar fino na nova casa. Ou melhor, na nova chácara, um fim de mundo para alguns, um paraíso na terra para ela.
Dálinho com pouco mais de um ano, tomou a mamadeira e dormiu no tapete, aproveitando o quentinho da sala.
Lili preferiu deitar os dois na cama do casal, assim ficariam mais confortáveis e com grande chance de acordarem durante a ceia, para abrirem os presentes.
Ela foi pensando como sua vida era bela. Tinha um marido devotado que logo iria chegar, dois filhos belos e aguardava terceira criança.
Pensou no nome é logo veio à mente Sérgio. Sim pensou ela, se for menino, mais um, que seja, será o Serjuco da mamãe.
Naquela gestação ela estava maior, pesada, e pelo dia de trabalho para cuidar dos meninos e colocar a casa em ordem, estava cansada.
Seu olhar iluminava ao pensar que, em breve chegaria o grande amor de sua vida, aquele que a chamava de bela, dizendo sempre que, mesmo grávida, ela era a mulher mais linda do mundo.
Foi ao se abaixar para arrumar a fita de um dos pacotes que estava querendo se despregar que sentiu em suas costas duas mãos, como que a abraçá-la. Mas tinha um calor diferente naquele gesto.
Logo percebeu que o bom marido lhe trazia o presente de Natal, um casaco de vison cor champanhe, bem longo, daqueles de fita de cinema.
Lili se virou para lhe dar um beijo e foi logo dizendo:
“-Mas, Dálio, não era para gastar”!
E ele, num tom ternura, respondeu ainda com mais amor nos olhos verdes que a miravam sem parar:
-“Não se preocupe. Troquei por dois terrenos”!
Riram do momento, foram beijar os dois filhos no quarto e se sentaram à mesa para a ceia de Natal, ao som de White Cristmans, música que tocava naquele momento, no rádio colocado por gosto, numa das cadeira da sala de jantar.
E foram felizes, para sempre!
Eu nasci mais tarde, depois do Sérgio e da Diana.
Contava minha mãe esta História de Natal e, como herança, ainda tenho no meu armário um casaco de vison, o mesmo que meu Dálio Pai deu à minha Lili, naquele momento mágico.
Para nós sempre ficou o desejo através da frase que se eterniza com o tempo e vai passando para outras gerações. Tudo o que nossa mãe Lili repetia todos os anos
durante as Ceias de Natal, menos pela elegância da pele, mais pelo gesto de amor,a mesma frase que encaminho a todos os corações que comigo comungam desta História Inesquecível:

‘”FELIZ NATAL DE VISON “!

(Anita Zippin, advogada, jornalista, escritora, membro da Academia de Letras José de Alencar e presidente da Associação de Periodistas e Escritoras do Brasil)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Revista do Consumidor e Mário Frota

Prof. Mário Frota, presidente da apDC / Director do NetConsumo




REVISTA DO CONSUMIDOR, editada em Coimbra pela sociedade portuguesa de Direito do Consumo, instituição científica que se vota à causa da Cidadania.

Gentileza da apDC, de Coimbra (Portugal).

http://www.apdconsumo.pt/

http://www.netconsumo.com/

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Início das comemorações dos 70 anos da A.L.J.A.





Entrega de Diplomas aos novos/as acadêmicos/as

Discurso dos componentes da Mesa

Discurso do Desembargador Rezende

Dr. Eric Joubert Hunzicker

Discurso de Boas Vindas

Discurso de Acolhida pelo ingresso dos novos membros da A.L.J.A., proferido pela acadêmica efetiva em 19 de novembro de 2009,
TÂNIA ROSA FERREIRA CASCAES

Prezados confrades e confreira, autoridades aqui presentes, senhoras e senhores convidados, BOA TARDE,
A solidão das letras escritas em momentos de tristeza pode se transformar em alegria e muito orgulho ao vê-las triunfantes em ambientes de cultura e promoção da inteligência como este. Filósofos deram origem ao conceito de “Academia”. Na antiga Grécia, berço da civilização ocidental, desde Platão, nas ágoras, esses ambientes marcaram locais onde pessoas que se destacaram no conhecimento da vida e das coisas da Natureza, se reuniam para ensinar, aprender e criar ciências.
A arte de escrever, a forma de falar, o culto e solidariedade em torno do conhecimento comum deram consistência à formação de nações. O mundo político moderno existe à imagem e semelhança de povos que ganharam consciência de união e força a partir do século 19, principalmente descobrindo-se irmãos, balizados pela língua mãe, base de suas pátrias.
A Língua Portuguesa é a nossa forma de expressão e a sonora, musical e belíssima forma de cimentação de um país que nos orgulhamos de pertencer, construir e amar. Nesse Brasil continental, nação que forma um gigante americano pronto a crescer e ocupar seus espaços, devemos consolidar nossos traços de união.
Aqui em 1939, ano em que nossa querida Academia foi criada, o culto à pátria descobria fórmulas para unir um povo de imigrantes, povos de todos os continentes, inclusive ameríndios, imigrantes em tempos distantes.
Consolidar a Flor do Lácio entre nós era a missão da Academia de Letras José de Alencar, neste ano em seus 70 anos, ilustre aniversariante, quando o mundo mergulhava naquela ocasião, na escuridão de mais uma guerra mundial. Nossa querida A.L.J.A tem história e acadêmicos de valor, dos quais escolhi uma em nome de todos, nossa querida Helena Kolody, que junto das estrelas observa nossos festejos. Lembrando um “pouco muito” do ela escreveu, ela assim falou:
Deus dá a todos uma estrela.
Uns fazem da estrela um sol.
Outros nem conseguem vê-la.

Na Academia de Letras José de Alencar, nossos queridos confrades, podemos encontrar nossa estrela, achar um rumo, e continuando com nossa saudosa acadêmica Helena:
Na flama divina
que em nós resplandece,
palpita a alegria
de ser para sempre.

Nossa missão, entre muitas, é de cultivar nossa cultura, paranaense, brasileira e portuguesa. Temos estrelas, rumos, ideais de nação, de povo, de gente que acima de tudo acredita no amor e na fraternidade que se estende, amplia-se com o ingresso de quatro novos membros acadêmicos: a ilustre Desembargadora Dra. Rosana Andriguetto de Carvalho,e os meritíssimos Dr. Eric Joubert Hunzicker, Dr. José Sebastião Fagundes Cunha como sócios efetivos e Dr. Mário Frota, como sócio correspondente de nosso país - irmão, Portugal.
E como que fechando com chave de ouro, a mensagem final no Hai Cai que acima começamos e que nos servirá de máxima,
A cada oscilar do pêndulo
algo se apaga
ou para nós termina.

De segundo em segundo,
algo germina
ou para nós floresce.

Neste breve discurso de acolhida, reverencio também a nossa pátria - irmã, citando pensamento do poeta e escritor de minha preferência,”Fernando Pessoa: Não há ventos favoráveis para quem não conhece a direção do porto!"
Em nome da Academia de Letras José de Alencar, dou-lhes, queridos confrades e querida confreira, nossos mais sinceros votos de boas vindas!
Que em nossa Academia tenham campo fértil em que germinem expressões de cultura e ventos favoráveis para espalhá-las para o mundo com alegria e muito amor.!! Sejam bem-vindos!
Muito obrigada!

Gerenciando

Desembargadora Dra. Rosana Andriguetto de Carvalho



Encerramento

Confraternização




terça-feira, 24 de novembro de 2009

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Uma Academia feliz







Anuário ALJA - 1945





Homenagens - ALJA em 1945 - Anuário









Textos, crônicas, poesias























Sócios e Patronos da ALJA em 1945

Estatutos da ALJA em 1945









Reunião da Academia em maio de 2009

Bandeiras

Tânia apresentando blog





Flagrante de apresentação de blog da Academia



Des. José Wanderlei e suas confreiras

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Como escrever um livro

C O M O E S C R E V E R U M L I V R O


Anita Zippin

Quando um sopro no ouvido fala a palavra ESCRITOR, é como se as estrelas estivessem a emoldurar a mente, num misto de beleza poética, com dúvida, incerteza, o quer fazer?
Logo vem a sensação : me belisca, estou sonhando.
E a imagem de ter um livro escrito por quem ouvir a palavra mágica vem diversas vezes à cabeça, não respeitando hora, tampouco lugar.
Pode aparecer na hora do banho, no trabalho,no vislumbrar uma bela paisagem, no passar por uma livraria.
Aí a imagem fica com os dias mais forte, aparecendo detalhes nunca descritos, tipo um livro, uma capa, um belo traje, uma caneta, uma noite de autógrafos.
Tudo isso passa em segredo, como se fosse de alcova e, quando alguém flagra o pensamento, é como se desnudasse a alma de quem sonha escrever.
É muitas vezes que gente ao redor pergunta se está tudo bem, se precisa de algo, até a incômoda frase: no que você está pensando?
Meio que sem sentir, a resposta vem na ponta da língua, desviando para outros temas e, mais uma vez, guardando o sonho-segredo mais um pouco.
Quando a caneta e o papel se encontram, quer no trabalho, quer num canto de sala ou quarto, vem a vontade de jogar palavras, ainda sem acreditar no que está acontecendo. Como se zumbis da noite tomassem conta de corpo sadio e mente sã.
Vem papel e mais papel se juntar em alguma gaveta, como que filho esquecido, por ora, ou até, para sempre.
Também o computador fica mais convidativo. Cria uma pasta e até ousa batizar de escritos, ou ainda, na humildade, coloca RASCUNHOS.
Mais uma vez, a vontade de escrever é censurada.
Quando vem as datas importantes, aniversários, natais,cartões de bodas, a letra do que foi um dia acordado com um sopro, parece mais bela, a ponto de quem está ao redor, admirar ou até, desistimular com a frase; TOMOU SOPA DE LETRINHAS?
E, mais uma vez, o embrião de escritor volta ao “status quo’, esquecendo quase que por completo que algum dia sonhou ser o autor de uma obra literária.
Entra ano, sai ano e a censura nas próprias palavras afoga a grande vontade de escrever.
Quando o autor abre uma gaveta para a limpeza, encontra um monte de papéis fora de forma, letras feias porque a inspiração exige escrita rápida, muito risco em cada página.
Tem duas opções:abrir a lata de lixo e jogar tudo, fazendo um bom espaço naquela cômoda, ou passar à limpo os textos.
Se optar pela primeira, AQUI JAZ UM ESCRITOR!
Se optar pela segunda, um grande passo, embora possa nem sair do lugar.
Mostra que subiu um degrau da especial arte de escrever.
Mais um tempo de maturação mas, desta vez, ousa pensar no tema mais vezes, bem como mostra para a pessoa mais próxima, em momento de descontração.
Se não agradar, volta tudo para a gaveta.
Se tive ao lado uma palavra, ou gesto de incentivo, vem a vontade de ver os textos formatados, nem que por ele, ou alguém da família que entenda de computação.
Quando as frases tomam corpo, o escritor se enche de brios, dá uma forte respirada e busca orientação de alguma gráfica ou editora.
Mesmo assim, acha que está sonhando. Sim, o escritor vive a sonhar, até quando recebe más notícias. Tem sempre a sensação de que já viu , que é apenas um de seus pesadelos decorrentes de comida pesada.
A fase da construção pode ser comparada à de uma casa. Tijolo por tijolo, palavra por palavra.
A festa da cumieira que acontece na contrução civil acontece quando o livro já tem boneco , ou eja, índice, apresentação, ficha catalográfrica, e o principal, o texto, quer seja em verso ou em prosa.
Vontade de soltar foguete, de sair para comemorar, de jantar com a pessoa que deu o arranque através do incentivo.
Se pensa que aí está a consagração, como falamos, falta o arremate da casa, o telhado, a pintura, etc.
Tem gente que para por aí!
O mais ousado continua a peregrinação e aumentam os sonhos. Começa a se interessar por tomada de preços, por empresas que patrocinam a Cultura, em leis de incentivos à Cultura, enfim, abre enorme horizonte à sua frente, como se o sonho começasse a ter forma, lugar, tempo.
Vem outra fase perigosa, que pode assassinar o escritor.
Cuidado! Está ceifa vidas e mais vidas. Chama-se PATROCÍNIO.
Um simples não pode significar a morte intelectual.
Patrocínio não está diretamente ligado á qualidade.
Quem cuida de orçamento, nem sempre lê.
Quem cuida de orçamento, nem sempre pensa além do valor a ser debitado no imposto de renda.
Por isso, quem consegue passar altivo pela palavra NÃO, está colocando telhas em sua casa.
Muito equilíbrio e autoconfiança nesta fase!
Conselho?Olhe-se no espelho e se ache o melhor. Sim, mesmo que não seja tão verdade, mas é o momento para trocar idéias sobre o livro com gente que entende da arte de escrever, tomando cuidado para que produto de seu trabalho não fique longe do autor, tampouco deixe fazer cópia, sob pena de ter plagiadores com pele de conselheiros pela frente.
Encontrar, tomara, escritores tão bons que irão mostrar as fases aqui descritas e incentivar, incentivar e uma vez mais incentivar.
Se o patrocínio não vem, vale a pena ver dentro do orçamento familiar se existe a possibilidade de publicar a primeira edição. De sonho com editoras famosas, pode o escritor se contentar com uma gráfica nem tão conhecida, mas que possa mostrar seu novo filho.
Com coragem, ainda um pouco envergonhado por sair da redoma do cotidiano e dar um passo mais ousado, consegue receber o telefonema que quase o mata do coração: PODE VIR, SEU LIVRO ESTÁ PRONTO!
Ainda sem acreditar, mal consegue carregar as pernas para dentro de um carro. Para tudo e sai em disparada rumo ao encontro com seu âmago,seu íntimo, seu EU.
Ao pegar sua obra de arte, nem que não seja tão de arte assim, mais um eletrocardigrama. O coração vai até a boca e vontade é de viver!
Casa pronta, decorada, vem a acender das luzes para a inauguração.
Livro pronto, encapado, vem a grande data para a apresentação.
Onde lançar?
O mais perto possível de seus amigos e colegas.
Se faz parte de uma classe, procure sensibilizar os dirigentes, tipo presidente da Ordem dos Advogados, Presidente do Sindicato dos Panificadores, etc.
Espaços culturais sempre tem lugar para mais um evento.
Tem de falar certo com a pessoa certa.
Com coquetel, sem coquetel, com muita ou pouca gente, NASCE O ESCRITOR.
Pode ser que esta somente esta seja a obra literária, fruto daquele sopro no ouvido.
Tomara que haja gosto pela ARTE DE ESCREVER e, mesmo um livro lançado, a gaveta ou pasta no computador quase comporta mais um livro.
Parabéns, mesmo que a crítica não o aplauda!
Lembre que nem sempre os melhores alunos são os melhores profissionais.
Muitas vezes um livro de sucesso pode ter marketing e pouco conteúdo.
Faça de tudo para que seu livro chegue às bibliotecas de bairros, ou de cidades menores.
Dia chegará que irá receber uma carta pelo correio, com letras ruins de entender, com as seguintes palavras:
“Não o conheço, mas ajudaram muito suas palavras. Demorei para ter coragem e registrar minha alegria, neste final de vida, de poder ler antes de morrer suas palavras. Parabéns, escritor”!
Quando este dia chegar, abençoe cada passo iluminado que deu nesta trajetória e bendiga o dia em que foi segurada a sua mão e sai a palavra be a bá.
Este dia chegará para todos, nem que em sonho!

FALANDO DE AUTENTICIDADE

FALANDO DE AUTENTICIDADE

É muito bom saber-se que um talento
nascido nos alvores de uma vida,
desponta agora entre contentamento
e humildade, como obra conhecida.

Lendo-lhe os poemas, leves como o vento,
mas filhos de uma alma enternecida
e um pensamento lúcido e atento,
vi salvo o verso, a musa enaltecida.

Desejo-te, confrade, com carinho,
que seja a poesia em teu caminho
além de contraponto à norma fria,

um terno olhar na busca da verdade,
afirmação de tua autenticidade,
da tua felicidade a eterna guia.

Abraço do Arioswaldo

FALANDO DE AUTENTICIDADE

FALANDO DE AUTENTICIDADE

É muito bom saber-se que um talento
nascido nos alvores de uma vida,
desponta agora entre contentamento
e humildade, como obra conhecida.

Lendo-lhe os poemas, leves como o vento,
mas filhos de uma alma enternecida
e um pensamento lúcido e atento,
vi salvo o verso, a musa enaltecida.

Desejo-te, confrade, com carinho,
que seja a poesia em teu caminho
além de contraponto à norma fria,

um terno olhar na busca da verdade,
afirmação de tua autenticidade,
da tua felicidade a eterna guia.

Abraço do Arioswaldo

GRATIDÃO OS HEROIS DA PANDEMIA