Não dá mais
Cardoso Filho
Foi para não esquecer. As passeatas
Brasil afora contra Dilma, Lula e PT e a favor da Operação Lava-Jato, ocorridas
no domingo, 13 de março, levaram para as ruas das principais cidades
brasileiras multidões que somaram mais de 3,5 milhões de pessoas. Segundo os
movimentos organizadores, o número teria sido 6 milhões. Não importa. Uma
manifestação popular histórica, jamais vista no País. Em Curitiba, 200 mil pessoas
estiveram presentes. Impressionante massa humana vestida de verde e amarelo a
protestar pelo reerguimento moral da Pátria. Mas sem violência, com civilidade
e ordem, sem black bloc para manchar o protesto com baderna criminosa, sem
bravatas como a dos ditos movimentos sociais e pelegos sindicais.
Talvez não voltemos a ver outra
demonstração de indignação patriótica de igual intensidade, exceto se a solução
que a sociedade exige não vier logo. Ao cair tarde daquele domingo, uma certeza
se impôs: o governo de Dilma Rousseff não tem força moral para continuar. Não
tinha antes das passeatas de domingo e muito menos agora. A era petista caminha
para o fim amortalhada na pior corrupção que o Brasil já conheceu, de valores
astronômicos que assombram o resto do mundo, e não vai aqui nenhum exagero
retórico.
Eis que, na terça-feira, 15 de março,
o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, homologou a delação
premiada do ainda senador Delcídio do Amaral, feita no âmbito da Operação
Lava-Jato. Uma bomba que o governo pretendeu, de algum modo, lícito ou não,
impedir, sabendo do alto teor explosivo das revelações. Não conseguiu e
continua no cambaleio sem rumo em busca de salvação. A nau petista, que já
vinha fazendo água, recebeu um petardo possivelmente fatal. Sem contar que
outros torpedos virão: novas delações premiadas estão em negociação, como a de
Marcelo Odebrecht e Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana.
É possível, na democracia, conviver com um
governo incompetente, ainda que doloroso suportá-lo. Imperdoável e inaceitável,
no entanto, é um governo que enterra o país na lama da corrupção, destrói sua
economia e perde qualquer sentido de decência, e a nomeação de Lula para
ministro da Casa Civil, ocorrida no dia 16, é a expressão acabada da ausência
de qualquer respeito pelo povo brasileiro e de dignidade. A desonestidade, a
trapaça, a má-fé, o desapego a qualquer valor moral e o conluio criminoso como
política de estado são as artes e valores que o PT trouxe para governar. Nada
mais possui.
Pode ser que a agonia se prolongue mais um
pouco, contrariando a ânsia e urgência do povo brasileiro. Mas o tempo se
esgota. Milhões de brasileiros que sofrem com o desemprego, com a roubalheira
desenfreada que o lulopetismo instalou na política e nos negócios, com a
inflação que corrói os bolsos, com a perda de conquistas sociais, com a
quebradeira de empresas etc., pois toda essa massa de gente já perdeu a
paciência e quer que a solução venha de uma vez: pelo impeachment ou renúncia da presidente ou
pela cassação da chapa Dilma-Temer pelo STF. A crise gravíssima não pode esperar mais.
Diante desse quadro de horrores, só
uma reação resta em resgate da honra e para salvação do Brasil. Está mais do
que na hora de, com todo o respeito e delicadeza, enfiar o pé nos fundilhos da
presidente e de toda a malta petista encastelada no poder.
Março de 2016.
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