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421. NOSSO RECADO
para o dia dos namorados
de Maria e Adriano
Data 12 Jun 2015
Entendemos, a esposa e eu, que a melhor maneira de cumprimentarmos pessoas de nossas relações, parentes, amigos e conhecidos neste dia tão comentado, é lhes contando algo muito pessoal, atualizado com um complemento. Assim, com nossos votos de plena de saúde e continuados sucessos em seus próprios relacionamentos, abençoados por Deus, recebam em sua família estas rimas brotadas do íntimo deste inquieto coração caipira.
Da parte de Maria e Adriano,
SESSENTA ANOS
Foi assim que começou nosso apego:
- Que quer dizer este “PE” aqui.
- Diz que eu estou procurando emprego.
Foi o que então lhe respondi.
Tarde de sol, é domingo, eu soldado
Em guarda, sentinela no “QG”,
Quando um cinema ficou marcado
Para a tarde de quinta-feira se
Até lá uma missão não surgisse.
Quinta cheguei a paisano, enfatuado,
Vistoso com paletó emprestado.
Graciosa, recebeu-me e só aí me disse:
- Esperemos, minha mãe vai também.
Quão desapontado fiquei. Mas quem...
Desse cinema resultam 60 anos de vida comum, duas filhas, dois filhos, duas netas e três netos, ela, filhos, filhas, netos e netas, todos muito queridos!
DOMINGO
Domingo de manhã ela chega
Lenta, e se aproxima de mansinho,
Dá-me a mão num bom dia, e me beija
Com seus lábios plenos de carinho.
Abraço-a ternamente e sinto
A fragrância do seu “biografia”.
Perfumes, gosto nada não minto.
Este, nela, exala alegria e
Um ar de felicidade viça,
Vem retemperada, vem da missa.
Chega de sua conversa com Deus
Pronta, animada para honrar
Convite aos filhos para almoçar,
E acarinhar os netinhos seus.
Ocorreu-me em um domingo, assim que ela chegou da igreja...
QUERIDA MARIA
Não foi possível me conter
E levantei de madrugada a
Catar um lápis, escrever:
Quero-a tanto minha amada.
Sessenta anos casado
Com esta mulher mui formosa.
Na luta pela vida temperada,
Mulher linda, maravilhosa.
Há tanto tempo, foi outrora,
E me parece que só agora
Lhe dou merecido valor.
Tantas vezes eu a magoei.
Por isso me penitenciei
E só quero lhe dar amor.
QUANTO A AMO
De eu acordar é a hora,
Hor’em que fico a pensar
Se quedo em silêncio,
Ou venho aqui contar:
Meia noite, justo agora
Eu nem sei que fazer.
Se em silêncio ficar,
Se aqui lhes vir dizer:
Beijando-a sem cessar,
Outros sessenta anos
Só com ela quero ficar.
Acarinhando-a com prazer,
Outros sessenta anos
Só com ela quero viver.
Este, com rimas paupérrimas, talvez eu consiga melhorar, surgiu em madrugada recente. Ocorreu-me às primeiras horas do dia 28 Dez 2013. Para ela certamente ainda não o último.
ÚLTIMO SONETO
Pensando em nossos sessenta anos
Mesmo levando pequenas cicatrizes
Podemos dizer a filhos e netos, ufanos,
Nós sonhamos, fomos e somos felizes.
Gostaria muito, muito, de criar uma canção,
Não dois pares de versos pobres, banais.
Mas singela melodia que tocasse seu coração,
Algo que a levasse a dizer, você é demais!
Dizendo ao mundo quanto nos alegramos
Com as filhas e filhos que tanto amamos,
Aos quais devotamos respeito e carinho.
E outro tanto com os que deles vieram
Belas e belos, robustos e ativos netos,
Maravilhoso, inteligente e ativo quinteto.
Estão todos em meu livrinho SONETOS DE UM BRASILEIRO (3ª. edição), disponível nas Livrarias Curitiba e associadas, nas Livrarias do Chain e na Editora Íthala(editora@ithala.com.br)
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