quarta-feira, 9 de março de 2016

Dias de março

Dias de março

Cardoso Filho

          Viagem a Santo Antônio da Platina deixou-me uma semana longe do computador e impediu-me de enviar aos amigos leitores minha crônica habitual.
Pretendia continuar a escrever-lhes algo leve, ameno, ainda cheirando a férias, distante da política brasileira e suas sujeiras intermináveis, mas os fatos nos atropelam. A propósito, no texto que lhes enviei na última semana de fevereiro lembrei-lhes, de passagem, o presságio de que os dias de março seriam cruciais para a crise política que paralisa o Brasil.
          Pois, amigos, o presságio confirmou-se. De repente, o senador Delcídio do Amaral, enredado nas investigações da Operação Lava-Jato, resolveu aderir à delação premiada e, neste alvorecer de março, na antessala do outono, botou gasolina na fogueira em que ardem lentamente Dilma, Lula e o PT. Fez o que se queria e esperava. Delcídio encontra-se na situação em que precisa desesperadamente reduzir seu prejuízo penal, e sua mulher, desde que ocorreu a prisão do marido, foi a decisiva voz a convencê-lo da estupidez de não falar e, não abrindo o bico, pagar uma fatura criminosa que pertence preponderantemente a Dilma e Lula.
          A partir daí e da condução coercitiva de Lula para depor perante a Polícia Federal, o ex-presidente saiu rosnando como cão danado seu delírio megalomaníaco que pede tratamento psiquiátrico. Jacta-se, entre outras fantasias, de carregar idoneidade e qualidades morais que os fatos mostram que nem de longe possui. O que verdadeiramente o diferencia é uma capacidade oratória diabólica que o fez capaz de ludibriar as massas durante longo tempo. Mas os truques do ilusionista chegam ao fim e a plateia que ainda paga para vê-lo vai rareando. Ele ultrapassou todos os limites de tolerância dos brasileiros esclarecidos e honestos. Mas não vamos nos deter nos detalhes dos fatos já demais conhecidos dos amigos leitores, diariamente bombardeados pelos noticiários dos jornais, revistas, tevê e internet.
          Interessa dizer que a hora e a vez do acerto de contas com a Justiça estão chegando para Dilma, Lula e o séquito de corruptos que o petismo produziu em treze anos de governo. Nesse processo de ajuste, é indispensável o maciço, explícito e ruidoso apoio popular. É preciso que o povo vá às ruas nas passeatas do próximo domingo, 13 de março, e forme uma onda irresistível, um tsunami de indignação e intolerância que ajude a varrer a corrupção que o PT adotou como política de estado e método de governo. Não há mais lugar e tempo para o comodismo de ficar em casa e transferir a amigos, a vizinhos, o esforço de ir às ruas para protestar e exigir a mudança de governo dentro da ordem constitucional. É decisivo expressar apoio ao trabalho histórico da Operação Lava-Jato de combate à criminalidade política que tanto sangra o País e mostrar veemente disposição de não mais tolerar a corrupção que afundou o Brasil.
Os petistas ameaçam que poderá haver confrontação física para valer caso Dilma sofra impeachment ou Lula venha a ser preso.  É a tentativa desesperada de intimidar a lei e os brasileiros. Talvez os vermelhos pensem que, batendo o pé e fazendo cara de bravo, porão para correr os adversários verde-amarelos, amedrontando-os com a possibilidade de violências. É preciso que não embarquemos nessa bravata grosseira. Ademais, nesta altura, o Brasil bom e ordeiro tem de pagar para ver. Um grande país se constrói com a coragem das mulheres e homens briosos e não com a pusilanimidade dos fracos, e se alguém já disse isto, que me perdoe o plágio oportuno.


Março de 2016.

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