quinta-feira, 21 de maio de 2020

ABSURDO

ABSURDO
Planeta Terra, 2020
“É tão válido representar um modo de
aprisionamento por outro, quanto representar
qualquer outra coisa que de fato existe
por alguma coisa que não existe”.
Daniel Defoe.
(In “A Peste”- Albert Camus, 1947).


Se hoje a nossa existência é um pélago profundo, 
tudo ao nosso redor nos abate e amedronta,
invisível algoz nos castiga e afronta
com a dor mais cruel dentre os males do mundo;


Se vedado é o viver em convívio fecundo,
virulento, aleatório, o morrer nos confronta
 essa ausência do amor que, liberto, desponta,
é de o homem cismar, sério e meditabundo:


- É mister que se feche a caixa de pandora!
Antes, deixe-lhe o fundo o brilho da esperança
por um retorno à paz, farol da liberdade.


Canto o instante feliz que bem próximo aflora,
pois purgado é o sofrer, e o direito à bonança
por merecer já o fez a pobre humanidade.

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