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10:20 (Há 23 horas)
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Queridas amigas e queridos amigos,
Segue a crônica da semana – “Mãos limpas”.
Sobre o assunto, e caso o prezado leitor queria ler a íntegra do artigo assinado pelo juiz federal Sergio Moro, objeto da crônica, segue abaixo o link:
http://www.egov.ufsc.br/ portal/conteudo/considera%C3% A7%C3%B5es-sobre-opera%C3%A7% C3%A3o-mani-pulite
Abraços e bom fim de semana.
Joaquim
Cardoso Filho
Tenho
em mãos o texto “Considerações Sobre a Operação Mani Pulite” (mãos limpas),
assinado pelo juiz federal Sergio Fernando Moro. Trata do magistral trabalho da
justiça italiana contra a corrupção política e administrativa, levada a efeito
nos anos 1990 (iniciou-se em fevereiro de 1992). O artigo foi publicado na
revista CEJ, do Conselho Federal de Justiça, em 2004, e encontra-se disponível
na internet. Vale a pena lê-lo. Escrito com clareza, antecipa profeticamente o
que estamos vendo hoje na política brasileira, sob a devassa imposta pela
Operação Lava-Jato, comandada pelo mesmo juiz Sergio Moro. Impressiona como
nossa corrupção política guarda notável semelhança com a desvendada e punida na
Itália, e constata-se que a Operação Lava-Jato inspira-se na Operação Mãos
Limpas italiana: Escreveu ele: “A ação
judiciária revelou que a vida política e administrativa de Milão, e da própria
Itália, estava mergulhada na corrupção, com o pagamento de propina para
concessão de todo contrato público. (...) A operação ‘mani pulite’ ainda redesenhou o quadro político na Itália.
Partidos que haviam dominado a vida política italiana no pós-guerra, como o
Socialista (PSI) e o da Democracia Cristão (DC), foram levados ao colapso,
obtendo, na eleição de 1994, somente 2,2% e 11,1% dos votos, respectivamente. ”
Na
sequência, o autor menciona que “não
faltaram tentativas de o poder político interrompê-la”. Tal observação
encaixa-se à perfeição ao que estamos assistindo, especialmente nos movimentos
e manifestações de Lula, que, sem o mínimo pudor ou resquício de moralidade,
condena a suposta falta de ação da presidente Dilma Rousseff e do ministro da
Justiça José Eduardo Cardozo para frear a Operação Lava-Jato, ainda mais agora,
quando as investigações se aproximam do próprio Lula e seus familiares.
Mais
adiante, destaca o juiz: “Um Judiciário
independente, tanto de pressões externas como internas, é condição necessária
para suportar ações judiciais da espécie. Entretanto, a opinião pública, como
ilustra o exemplo italiano, é também essencial para o êxito da ação judicial”.
Para
encerrar, afirma que: ação judicial inibe a corrupção, mas, por si só, não a
elimina; a ação só se mostra eficaz com o apoio da democracia; e é a opinião
pública esclarecida que pode, pelos meios institucionais próprios, atacar as
causas estruturais da corrupção, como, por exemplo, não elegendo os maus
candidatos.
É
recomendável a leitura integral do artigo, para se conhecer a história, o
método investigativo e os pressupostos doutrinários da Operação “Mani Pulite”, tomada
como modelo para a Operação Lava-Jato. Lendo-o, fica-nos a impressão de que
Sergio Moro, ao redigi-lo, exalava ares proféticos, como que predestinado a protagonizar
a grande batalha contra a corrupção na política brasileira.
Outubro de 2015.
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