Curitiba tricentenária

CURITIBA = 321 ANOS

        A progressão da vida implica em ser lembrada

        a cada natalício e com abraço afável,

        mas, quando o aniversário é da cidade amada,

        merece ser saudada em festa memorável.

        Enquanto cumpre o tempo a rota inabalável,

        deixando para trás a luta denodada,

        renova-se a esperança em teu futuro estável,

        ó Curitiba alegre e bem-aventurada.

        Mais que tricentenária, o teu progresso anima

        teu cidadão-guerreiro a um ideal que intima,

        prestimoso no afã de esmorecer jamais,

        que aos teus pés deposite élan, força e trabalho,

        jubiloso de estar ao sublime agasalho

        do teu manto de luz, senhora dos pinhais.

CURITIBA = 321 ANOS

Na araucária reside um ser nativo,

que entrevendo as ações da sua gente

nos meandros da história sente, altivo,

refulgir seu passado no presente.

Do passado se eleva, redivivo,

lança a prumo, do índio o gesto ardente,

“Coré-Etuba” gerando e, em solo vivo,

de esperança plantando uma semente.

Nos três séculos vistos por inteiro,

nas conquistas de um povo que, altaneiro,

nesta data reporta sua vitória,

Curitiba, fiel contemporânea,

é esse povo uma chama momentânea

que eterniza, no entanto, a tua glória.

CURITIBA - 300 ANOS

       

                        Soneto aos 300 anos de Curitiba,

                        premiado  com 1 º lugar pelo  Centro  de

                        Letras do Paraná, em 1993

       

         Por entre a névoa do passado, ainda

        na infinda bruma traças tua figura,

        e a cada dia torna-se mais linda

        que a linda flor que ao sol se abre e perdura.

        No teu presente, Curitiba, finda

        toda a incerteza vã que, porventura,

        nutrisse a nova geração que, vinda,

        tão especial futuro te assegura.

        Perpassas rindo os anos e, crescendo,

        criando e agindo e em ti desenvolvendo

        grande humildade aos vitoriosos louros,

        honras tua gente que te faz bendita,

        pois cada ser que este teu solo habita

        é a principal razão dos teus tesouros.

                                                                          Arioswaldo Trancoso Cruz