ÀQUELES QUE DEIXAM
MARCAS E LEMBRANÇAS NAQUELES QUE SÃO EDUCADOS.
Cintia Maria Onório
Tantos anos já se passaram desde o primeiro dia de que tenho
lembranças. Minha memória, muitas coisas já “deletou”, esta é a palavra que
usamos atualmente para “apagar”. Mas recordo de fatos ocorridos na escola, que parece
terem acontecido ontem. Estas lembranças provocam sentimentos que se misturam
com a saudade, talvez por este motivo fiquem tão vívidas e intensas.
Lembro-me com clareza de muitos professores, como vocês
também devem lembrar. Clareza tal, que
alguns destes professores até parece que me observam, com seus olhos vívidos e
complacentes enquanto escrevo estas linhas. Outros a lembrança não é tão clara,
não por terem sido menos importantes, mas porque nossa memória muitas vezes,
nos prega estas peças, apagando detalhes ... deixando apenas fragmentos.
Gostaria de poder contar a todos os meus professores que
acho que me saí bem nos estudos. Consegui terminar todas as etapas escolares,
se não com maestria apenas com eficiência.
Sabe, Professora Elisa da segunda série, a minha caligrafia
continua péssima, por mais que eu tente, ainda misturo tipos de letras. Ainda
bem que hoje, o computador nos salva. Bem diferente da época em que a
caligrafia era muito importante e eu sempre me saia mal.
Professora Marilda sinto muito, mas não consegui decorar a
tabuada até hoje, como a senhora sempre cobrou, mas me viro bem. Veja, até já
ensinei a tabuada, para muitas crianças. Sabe como eu faço? Uso composição e
decomposição com muita eficácia. E isto devo a você.
Desculpe Professor George, não me dediquei à área das
Ciências Biológicas, como sempre falei ao senhor que faria. Vou contar lhe um
segredo: dizia que queria ser Bióloga, porque aos meus doze anos, o senhor foi
o meu primeiro amor platônico e intenso.
Professora Marli, a senhora sim tinha razão. Adoro ler e
escrever, às vezes, e isto devo aos quatro anos que passamos juntas. Agradeço
por sua generosidade em me emprestar seus livros, naquela época o acesso aos
livros era difícil. E também claro, a todas as discussões literárias que
tivemos.
Bem são tantas histórias e tantos professores, que faltam
linhas e paciência ao leitor, para que pudesse contar todas.
Mas peço um pouco mais de paciência pois tenho que mencionar
a pessoa que talvez mais tenha me influenciado e incentivado para que eu
seguisse o caminho das artes e consequentemente das letras. Minha avó,
Professora Maria Nicolas. Ela que de seu jeito, as vezes distante, envolvida em
seus afazeres e projetos, foi quem trazia sempre um livro novo, não de uso, mas
de leitura. Que me levava à Biblioteca Pública e com que partilhei momentos de
silêncio, em que ela escrevia e eu somente observava.
Bem, sei que todos a quem dirijo estas palavras de uma forma
ou de outra foi influenciado ou influenciou alguém. Que ensinou ou aprendeu.
Que pelas letras deixou marcas que jamais serão apagadas na formação de um
indivíduo.
Aproveito o final deste pequeno relato para desejar a todos
os mestres, professores ou não que de alguma forma contribuíram para a formação
de alguém, sucesso e felicidades em seu dia a dia. Convido confrades e
confreiras e público em geral para escrever algumas linhas para aqueles que
marcaram a sua formação.
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